História da Congregação
A Congregação das CFMSS foi fundada em 1898, na cidade de Bertinoro, Itália por Madre Serafina Farolfi. Encontra-se em oito países e conta com oitocentos membros. Desde 1971 foi organizada em províncias, atualmente em número de oito, e uma missão internacional composta por membros das várias províncias.
A Fundadora
Madre Serafina de Jesus, nascida Francisca Farolfi, era de Tossinhano, uma pequena cidade na Itália. Muito jovem, ingressou numa congregação franciscana de semiclausura, mas que mantinha um colégio para moças. Diretora da escola desde seu ingresso, Madre Serafina confirmou aí seu ideal de dedicar-se à educação de jovens pobres nas missões. Como a congregação não aceitava seu projeto e pretendia fechar a única escola que possuía, Madre Serafina decidiu seguir a vocação a que se sentia chamada. Com um grupo de oito irmãs, deixou a congregação das Terciárias de Santa Elisabeth de Forli e iniciou outra congregação em Bertinoro. Nesta pequena cidade, foi acolhida pelas autoridades eclesiásticas e civis, das quais recebeu grande apoio. Em pouco tempo várias comunidades foram fundadas nos lugares mais pobres da Itália, onde havia necessidade de escolas para jovens do sexo feminino.
Ocorrendo terremotos em seu país, abriu orfanatos para solucionar o grave problema social surgido. Durante a primeira guerra mundial, a congregação passou a trabalhar também em hospitais. A Fundadora queria que a congregação estivesse a serviço da Igreja particular naquilo que fosse necessário, embora privilegiasse a educação. Madre Serafina faleceu em 1917, e foi declarada Venerável em 2010.
Espiritualidade e Carisma
Madre Serafina Farolfi desde criança, por influência familiar, sempre procurou ser seguidora do ideal franciscano. Seu ingresso nas Terciárias aconteceu porque desejava ser franciscana e foi orientada por frades franciscanos. Apaixonada pela espiritualidade de Francisco e Clara de Assis, pediu e obteve do Papa licença para professar a Regra de Santa Clara, na qual se inspirou para escrever a constituição da congregação que fundou. Madre Serafina procurava ser contemplativa na ação. Por isso colocou o nome Clarissas Franciscanas na família religiosa que iniciou. Posteriormente acrescentou Missionárias do Santíssimo Sacramento, cada título sendo um programa de vida.
O carisma da congregação é eucarístico-missionário. O lema “Porto i Misteri”, “Carrego os Mistérios” indica o programa de ação, expresso por Madre Serafina pouco antes de falecer: “Ide, filhas, e levai a todos o amor de Jesus Eucaristia”.
MISSÕES
Quando surgiu o primeiro convite para terras de missão, Madre Serafina sentiu-se plenamente realizada na sua vocação. Ela mesma, por motivo de doença que frequentemente a colocava na cama durante muitos dias, nunca pôde ir para as sonhadas missões. Entretanto, não mediu esforços para enviar suas seguidoras, sem medo das dificuldades.
Em 1901, a congregação abriu a primeira comunidade missionária na Índia, a convite de um bispo capuchinho. Foram anos de muita luta para essa missão sobreviver. Neste país, a congregação tem hoje um grande número de religiosas em 3 Províncias.
MISSÃO NO BRASIL
Em 1907, o convite do bispo da diocese de Diamantina, Dom Joaquim Silvério de Souza, motivou a abertura da missão no Brasil. Quatro irmãs italianas - Irmã Bernardina, Irmã Ana, Irmã Benedita e Irmã Francisca - fizeram viagem de um mês, por terra, mar, navio costeiro, trem, a cavalo até atingir o local da missão. O trabalho das missionárias em Itambacuri agradou tanto que logo foram surgindo convites para abertura de mais comunidades.
No Brasil, a Congregação, abriu seu primeiro colégio no aldeamento indígena dirigido pelos frades capuchinhos em Itambacuri, Minas Gerais, região ainda coberta de mata, onde viviam vários povos indígenas genericamente chamados botocudos. As primeiras alunas matriculadas no colégio eram meninas órfãs indígenas, seguidas de filhas dos colonos.
Dois anos depois, outra fundação. Com a vinda de mais missionárias italianas, as irmãs aceitaram o convite para administrar o Hospital Nossa Senhora da Saúde, em Diamantina, e, em 1910, foi aberto o segundo colégio na mesma diocese, em Conceição do Mato Dentro.
Esses colégios cresceram e se tornaram fonte de referência na região. Em 1915, foi aberta a primeira casa de formação, em Diamantina. Entrando muitas vocações do país, a congregação teve condições de aceitar os vários convites para trabalhar na educação, na enfermagem e em outros tipos de serviço à Igreja. A maior parte das comunidades foi estabelecida em Minas Gerais, em diversas cidades pequenas e pobres. Somente na década de trinta surgiu a primeira casa em Belo Horizonte, e em 1948, em São Paulo.
Desde 1971, a congregação das Clarissas Franciscanas Missionárias do Santíssimo Sacramento no Brasil constitui-se na Província Nossa Senhora de Nazaré e na Província Madre Serafina de Jesus. A primeira, com casas no Sudeste do país, duas no Norte e na Guiné-Bissau. A segunda possui comunidades no Nordeste e no Norte.
A Província Nossa Senhora de Nazaré conta atualmente com quatro colégios, um centro de tratamento de saúde na linha da medicina holística ou natural, uma missão indigenista, um centro de formação de crianças carentes e várias outras comunidades que trabalham na pastoral paroquial. Desde 1981, a Província Nossa Senhora de Nazaré, mantém uma missão na Guiné-Bissau, com três comunidades, uma escola e uma casa de formação. As Irmãs guineenses são em número de seis.